O Instituto do Cérebro do Paraná é especializado Neurorradiologia Intervencionista e Neurocirurgia, áreas da medicina que utilizam técnicas avançadas para o tratamento de patologias vasculares como aneurismas, dissecções arteriais e, principalmente, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), com destaque para a realização da terapia trombolítica/mecânica intra-arterial para os pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) agudo.
O que é AVC:
O acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico (AVE), popularmente conhecido como derrame, constitui importante fator de mortalidade e incapacidade física na população e é um dos maiores problemas contemporâneos de saúde pública. Estima-se que uma em cada seis pessoas terão um AVC durante a vida. Atualmente, ele atinge 17 milhões de pessoas por ano ao redor do mundo sendo que, destas, 26 milhões vivem com algum tipo de incapacidade permanente.
No Brasil, são registradas cerca de 68 mil mortes por AVC todos os anos. A doença representa a segunda causa de morte e incapacidade no país, gerando grande impacto econômico e social.
O risco de AVC aumenta com a idade, sobretudo após os 55 anos, em pessoas fumantes ou com histórico familiar de doenças cardiovasculares. Nos mais jovens, a doença normalmente está mais associada a alterações genéticas.
Há dois principais tipos de AVC:
Isquêmico (AVCI):
Constitui 85% dos casos e caracteriza-se pela obstrução dos vasos sanguíneos normalmente por um êmbolo (trombo ou coágulo) que, solto na corrente sanguínea, vai ocluir um vaso a distância, impedindo assim a circulação do sangue no cérebro.
Hemorrágico (AVCH):
Totaliza 15% dos casos e trata-se de um sangramento dentro do tecido cerebral, normalmente ligado a quadros de hipertensão, aneurismas e malformações vasculares intracranianas.
Para combater essa doença, a prevenção é essencial, uma vez que 90% dos casos podem ser evitados. No entanto, quando ocorre o AVCI, é muito importante que o paciente seja atendido por um hospital preparado o mais rápido possível. Como o cérebro utiliza 20 a 30% do volume sanguíneo do organismo, caso ele esteja privado do suprimento de sangue, 2 milhões de neurônios morrem a cada minuto. É essencial saber reconhecer os sintomas de um acidente vascular cerebral.
Sintomas e tratamento do AVC:
Os sintomas podem variar dependendo da área do cérebro afetada, mas é preciso ficar atento aos sinais abaixo e, caso observados, procurar um hospital especializado com urgência.
O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do AVC. Um dos tratamentos possíveis pode ser feito com medicações trombolíticas que, quando administradas via venosa, podem dissolver os coágulos e com o resgate mecânico dos trombos com dispositivos intra arteriais.
Neurorradiologia Intervencionista e o AVC:
O tratamento do AVC pela técnica endovascular foi possível pelo desenvolvimento tecnológico dos equipamentos, pelo surgimento de novos materiais e medicamentos específicos, que tornaram a realização dos procedimentos endovasculares para tratamento da do AVCI menos desconfortáveis, mais precisos e fundamentalmente seguros. Tornaram-se uma prática diária no tratamento da doença vascular cerebral, nas mais variadas indicações e localizações. Dos tratamentos hoje reconhecidos pela comunidade médica, o tratamento endovascular do AVC agudo por
resgate do trombo (coágulo), é a forma menos agressiva e eficaz de minimizar o dano ao paciente e restabelecê-lo a sociedade.
Neste tratamento, o neurorradiologista intervencionista se utiliza do acesso natural ao cérebro através dos vasos sanguíneos. Um microcateter (cateter com diâmetros pequenos de até meio milímetro) é introduzido, por um cateterismo superseletivo, nos vasos cerebrais até chegar ao vaso ocluído para fazer a desobstrução, retirando o trombo e liberando o fluxo sanguíneo para a área isquêmica.