- O que é AVCI?
O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) é o conjunto de sintomas decorrentes da falta de irrigação em determinada área do cérebro. Sabemos que o cérebro utiliza 20 a 30% do volume sanguíneo do organismo, caso ele esteja privado do suprimento de sangue, aproximadamente 2 milhões de neurônios morrem por minuto. Portanto, quanto mais rápido o paciente chegar a um Hospital com equipe especializada para atendê-lo, maior será a possibilidade de minimizar as sequelas do AVCI.
- Quais os sintomas?
– amortecimento inesperado e ou perda da força de um lado do corpo
– paralisia de um lado da face
– alteração na articulação das palavras ou dificuldade para falar
– perda ou alteração súbita da visão
– alteração no nível de consciência
– perda total da consciência (desmaio)
- Como é diagnosticado?
Para se fazer o diagnóstico adequado, após ser examinado pelo médico da urgência/emergência, o primeiro exame é a tomografia e angiotomografia, onde se observa se já existe uma lesão definida ou não, qual a área do cérebro afetada e o tipo de AVC.
- Com qual frequência ocorre?
Em cada seis pessoas, uma estará acometida por AVCI durante a sua vida.
80% dos casos são de origem cardíaca, por fibrilação atrial ou outras doenças relacionadas ao coração. O restante dos casos são conseqüência do entupimento das artérias por placas de gordura (arterosclerose), ou ainda por doenças inflamatórias das paredes das artérias.
- Quem pode ter e por que?
Todos estão sujeitos ao AVCI, mas a predisposição aumenta no decorrer da idade, principalmente após os 55 anos e está ligada as doenças prévias como diabetes, hipertensão arterial, tabagismo (25% dos casos), alteração das gorduras (formando placas de ateromas), sedentarismo, obesidade, uso de drogas ilícitas, alterações sanguíneas hereditárias. Em menor porcentagem estão os traumas em geral.
- Quais são os riscos?
Quanto mais tempo passe da hora inicial do AVCI, maior as chances de sequelas definitivas e até a morte, dependendo da área do cérebro afetada e a extensão de tecido cerebral afetada.
- Pode deixar sequela? Quais?
Sim, sempre na dependência da área cerebral afetada podendo ir desde um amortecimento de um dos membros ou face, até a paralisia total de um lado do corpo incapacitando definitivamente este paciente.
- Qual é o tratamento?
O mais importante é o reconhecimento de que este paciente está tendo o AVC e o encaminhamento urgente para um serviço especializado. Hoje o tratamento do AVC pode ser feito com medicações trombolíticas que, quando administrados via venosa podem dissolver os coágulos, mas só pode ser instituída até 4,5 horas do início dos sintomas pelo risco de sangramento, além de atuar melhor nos pequenos vasos sem resultados efetivos quando são artérias do cérebro de maior calibre. Ainda se pode em casos específicos, e marcadamente acima de 4,5 horas, por cateterismo, chegar rapidamente ao território onde esta o coágulo e retirá-lo restituindo a circulação do cérebro.
- É possível prevenir? De que forma?
Com certeza a prevenção é essencial para diminuir a incidência do AVCI e seu elevado custo econômico e social que abala a sociedade. Fazer as visitas anuais ao seu médico, prevenir e tratar as doenças de base como diabetes, hipertensão arterial, colesterol e suas frações, não fumar e manter atividades físicas regulares são as chaves para minimizar as chances de ter um AVCI.
- O que o Dr. Considera o mais importante para o paciente em geral?
O reconhecimento dos sintomas e o envio do paciente o mais rápido possível a um serviço especializado é o suporte principal e a maior chance de minimizar sequelas que os familiares podem dar ao paciente.